este cigarro nunca está apagado é
incandescente e leve nuvem de pó
ou nevoeiro desértico não deserto
e teu
é apagando o teu cigarro no meu
corpo que te entegas somente
nesta noite que me consomes a
vida até à exaustão, que retiras do
corpo o sangue que te queima a pele
os olhos para que não possas ver
para que possas tocar para que
sejas mão a tua mão que me segura
na insegurança do teu corpo do
meu corpo
compostos por justaposição combustível
para o tempo
são dos teus olhos que retiro todas
as coisas, que me separo da minha capa
e me dou às tuas mãos. Respiro através deste
peito já cansado inalo o fumo do cigarro
e vejo-te pela neblina
entre lençóis.
enrola-te no meu corpo somente esta noite
esta noite é esta é agora tanto quanto
és o meu corpo tu, os teus gestos, todos
os teus gestos, são meus no meu corpo
que sem palavras se abandona a um
silêncio telepático
nestas palavras vivemos e neste bloco
amamos
quero viver em ti,
perder-me na tua boca e
completar o que resta desta folha
pois só assim te posso dizer que acabei este poema
Lisboa (Café Nicola) 19.12.06
Sara Alves de Almeida com M.Tiago Paixão
quarta-feira, 17 de janeiro de 2007
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1 comentário:
escrever contigo é um prazer... ver este texto neste teu espaço de luz é olhá-lo com um brilho especial...
obrigado***
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