quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007


No silêncio procuro o grito e fora da luz escondo o peito.
Guardo em mim as memórias de outrora e mostro ao mundo o coração de pedra que criei nessas ruas que pisei.
Sou corpo dissolvido na alma e percorro a vida com punhos inacessíveis.
Toco o papel e esboço as palavras hoje de quem amanhã as vai rasgar.


Sara Alves de Almeida

2 comentários:

m. tiago paixão disse...

uma resposta possivel:


é cada vez mais branca a página
como a chuva
sabe a chuva o odor a frio a nuvem de cristal
a nuvem que envolve a pedra
a pedra perene a raiz que resta
o passado na chuva
o tempo que passo à chuva
com o meu corpo
os corpos de pedra e os braços invisiveis e os outros
os meus presos
a força que imponho para os soltar
ou libertar
ou libertar?
os (meus) braços ou a chuva ou a pedra?
seria árvore
pessoas regadas por toques imprecisos
brancos aqui são brancos
(pessoas carregadas por toques dissolvidos)
como branca é a página diga o que disser

o oposto da memória


beijo bem grande
M. Tiago Paixão

delusions disse...

"Toco o papel e esboço as palavras hoje de quem amanhã as vai rasgar."

adorei!
bjs*